Professor não conseguirá mais se aposentar
Após o dia 3 de março, relembrando a época da ditadura, professores nas ruas, agentes de organização (antigos inspetores ), agentes penitenciários, e outros servidores paulistanos e paulistas foram em frente a ALESP, tentar impedir a nova reforma da previdência, onde aumenta o tempo de todos os servidores, mas, lembro aos senhores, os professores e todos os profissionais da educação, mesmo aqueles que trabalham de forma burocrata, em diretorias, na própria secretaria de educação, deveria ser diferenciados.
Ninguém mais do que nós professores, sabemos o que passamos em salas de aula, ou nos espaços escolares, digamos, não sou professora de Educação Física, mas, meus colegas da área passam perrengues, nas quadras, na verdade, aonde trabalho, nem posso dizer que tem uma quadra, tem um acimentado, um aro, e uma trave para futebol, mas não tem uma cobertura, um alambrado, um espaço para os alunos se trocarem e colocarem roupas apropriadas para a Educação Física, e acima de tudo, na última reforma que teve, além dos materiais, verbas foram desviadas, com certeza, pois fizeram uma rampa, que não tem nem cinco anos, está depredada, está acabada. Bem, isso, é a quadra, onde muitos heróis, professores de Educação Física, fazem milagres, e não é de hoje, na escola onde trabalho, que é a EE Prof. Dr. Lauro Pereira Travassos, sem contar que existe vários espaços, que outros heróis, professores, Rosemary, EdJúnior, tentam fazer o projeto horta, e além do mais outros ambientes, que acabam sendo degradados pela própria comunidade. Estou cansada de ver o sacrifícios de muitos docentes, para se ter um bocadinho a mais de renda, se sujeita a entrar às sete numa escola, sairem voando da mesma 12h e 35min. e adentrarem correndo noutra ás 13 horas. Isso é massante, um desgate físico, e mental para o professorado paulista, que muitos têm 10 turmas diferenciadas com 40 alunos, fora os que são alunos com capacidade reduzida, ou os chamados alunos especiais, que sabemos, hoje em dia são os inúmeros transtornos, síndromes, que têm a questão genética, a questão física e o ambiente, fora isso, são crianças e adolescentes jogados em sala para dar números, mas não há o respeito a LBI ( http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm ), e acham que os professores têm que dar conta.
Vem com projetos que deram certos em escolas de tempo integral, mas que em escolas que esse ano, foram aumentadas as aulas, e diminuido o tempo das mesmas, acham que todos os pais aceitam confortavelmente, deveria primeiramente haver salas pilotos, não jogado logo de cara para todos, sem contar do currículo paulista ( http://www.escoladeformacao.sp.gov.br/portais/Portals/84/docs/pdf/curriculo_paulista_26_07_2019.pdf ) e o Inova ( https://inova.educacao.sp.gov.br/ ), que simplesmente foi criado para dar mais protagonismo a juventude, eu tenho filhos adolescentes e muitos da escola em que trabalho, vem a minha casa, percebo que esses jovens são mediatistas, sabem tecnologia, no sentindo de memes, que até agora não sei direito o que é, usam as redes sociais para promoverem bagunças, bailes "lixo-funks", brigas..., mas é uma menoria que faz algo positivo nas redes sociais.
E, mesmo contudo isso, a lei que define a nossa aposentadoria foi aprovada, em meio a uma guerra, onde nossos colegas soldados policiais, que muitos estão, desculpem na mesma merda, acabam agredido profissionais da Educação, como se fossemos bandidos, e apenas temos, giz, lousa e livros, como nossas armas.
Agora aumentou o tempo, e nós não temos FGTS, e temos que contribuir com 14% do nosso salário, e além do mais , a educação, está envelhecendo, perdendo funcionários, pois com um salário base de R$ 2999,00, quem quer realmente ser professor?
Não temos regalias nem quando ficamos doentes, somos tratados, muitas vezes, como preguiçosos, e sem saúde, sem dinheiro, vamos sobrevivendo a míngua de um governo facista, psdbista que há 25 anos está no poder acabando com a Educação Paulista.
Artigo da professora formada em Química na rede desde 1988, e escritora Tereza Cristina Gonçalves Mendes Castro.
São Paulo, 7 de março de 2020.