De repente encontramos professores falando:
"_ Esse menino é usuário de drogas!"
Ou: "_ Esse tem algum problema familiar!"
Ou ainda: "_ Tem problemas de aprendizagem, é preguiçoso, não quer estudar!"
"_Os pais são culpados por tanta liberdade e não fazem nada."
Hoje me coloco como mãe, e professora, desde 1988, que viu e ouviu tantas transformações racionais e irracionais da ambos os lados.
Nós pais talvez sejamos culpados pela correria, por não dar a devida educação, por dizer ao filho: "_ Pago sua escola, e você faz o que quiser."Mas, sou uma mãe que tentou dar o melhor , acordando cedo, ônibus cheio, pisões, indo trabalhar, escutando barulho diário do que escolhi em minha profissão (Lecionar, ser professora da área de exatas, ou atualmente Ciências da Natureza) e as asneiras de colegas, diretores, supervisores e outros... Dei o melhor de mim: "_Ensinei que devemos saber escutar, mas do que falarmos em algum lugar, analisar o que se fala. E, apenas responder quando questionado". A dizer: "Bom dia","Obrigado" e outras questões da educação, não falar ou se quer pensar e palavras de
calão.
Mas, nesses meus trinta anos, onde vi colegas que se alcoolizaram, outros se licenciavam por simplesmente não gostar do aluno, outros que fazem hoje em dia, são tão crianças, que brincam com seus celulares, vendo mensagens em sala de aula, e querem o aluno sem mexer em celular. Que exemplo moral para dar: "_ Faça o que mando, não faça o que faço!!!"
De repente, fico agora nos bastidores educacionais, filosofando demais. O tempo rugiu, e eu vi que tantos fiz sofrer, e outros, que foram buscar longe seus sonhos.
Me orgulho dos alunos da
Eusébio, da
Amélia, da
Bento, que fizeram parte do meu casamento. Foram e fizeram a festa, e seguiram por aí.
Alguns até hoje tenho contato.
Outros, o tempo nos afastou, mas com certeza estão por aí, sendo felizes.
Claro, tenho cicatrizes de "maus comportamentos", mas esses foram instrumentos de aprendizagem para mim.
Enfim, hoje fico na filosofia de meu pensar, até volto anos atrás, nas aulas do meu querido professor Valdir, onde só eu e minha amiga Deise assistíamos, nas aulas com salas ambientes da
Alberto Conte, no ano de 1985, e vão anos atrás... Saudades e obrigada por tudo, meus mestres queridos.
Também, vejo que hoje, no conselho de classe, os professores, não avaliam o conjunto da obra, apenas individualmente seus mundinhos, se achando a cereja do bolo, e o aluno atuamente no Ensino Médio, têm 12 Disciplinas ou
Componentes Curriculares, pois
matéria( É tudo que tem massa e ocupa lugar no espaço), e deven assimilar a tudo. Não há uma integração única, algo que está escrito, sobre
multidisciplinar,
transdisciplinaridade, fica só no papel, em um livro qualquer, pois no dia a dia o
individualismo, e quem sofre com isso: o aluno.
Hoje me vejo melhor como professora do que mãe. Mas, tenha certeza que só a união pode mudar toda nossa concepção do mundo.
São Paulo, 27 de Julho de 2018.
Crônica manuscrita hoje pela manhã, e agora transcrita para esse nosso Recanto das Letras.
Ofereço a todos meus ex professores, que foram sempre exemplos para minha conduta, aos meus ex alunos, com carinho. E para alguns poucos colegas que admiro.
Tereza Cristina Gonçalves Mendes Castro. Mãe, professora e escritora.
