Aqui estou de novo a ponto de aprender o que não aprendi, a ponto de perdoar o que não soube perdoar.
Sei que deixei de ensinar, e também aprender.
Fui conduzida no mar da vida, numa jornada única.
Uma disputa comigo mesma,
Com outros que deixei tristes pelo caminho.
Não pude dar o carinho que vim aqui para fazê-lo,
Quero me libertar, voltar e voltar novamente.
Afinal, sou um ser que muitas batalhas conquistou,
E, hoje o aprendiz se tornou prisioneiro,
Se tornou mero passageiro do tempo.
As perdas materiais são apenas sinais.
A memória já frágil, não busca mais sabedoria,
Por ironia, o tempo rugiu.
E, agora???
Como na velha história:
E, agora, José???
O que vou fazer?
Inadagações, sim, apenas indagações.
E, me vejo novamente num navio,
Carregando centenas de irmãos,
Negros, amarrados, com fome,
Em sua terra, reis e rainhas,
Hoje sem nomes.
Sou uma centelha castroalvista,
Que se abala as injustiças do século vinte e um,
Mas que no espírito inquieto,
Pede novamente para voltar,
Aprender, esquecer, e muito perdoar...
Difícil, palavra e sentimento,
Mas que o tempo nela me aprisionou há meio século.
Sou história, sou cultura, sou prisioneira da vida.
Mas, aqui faço minha prece de Cáritas,
E, peço o perdão, me conceda e me faça dar,
Seja a quem for, como for,
Que ensine o amor que pedi para ensinar.
São Paulo, 8 de Julho de 2017.12:16h.