Amarga pessoa me tornei
Bem, sei que a vida não foi fácil para mim.
Aos quatro anos, uma longa cirurgia passei,
Pelo Refluxo Renal, que tinha.
A dor, a febre, o tempo perdido de meus pais.
Por tanto não sei dizer, por que não parti.
Sofri até aos dez anos, com radiografias intermináveis,
Mas,não nessecitei fazer nova cirurgia.
Aos onze, meu mundo começou com poesia,
Mas, por ironia do destino,
Menino sedutor, tudo me transformou.
Não sei sorri, como antes.
O tempo, me levou por perdas infinitas, ...
Primeiro Namorado, amigos, e a pior de todas filhos.
Ainda assim, encontrei poucos motivos para sorri,
Mas, o coração se desviou da alegria,
A dor do meu filho, foi a pior coisa acontecida,
Em minha vida.
Amigos???
Talvez, os poucos são virtuais,
As madrinhas de meus filhos, menos uma, que vou excluí-la também.
Uma amiga, a Rita, esta da infância.
Coisas de criança, que não retornam mais.
Hoje, também se perdeu a essência da profissão de Educar,
A disfonia há dois longos meses a me acompanhar.
Sou mero acaso do destino.
Questiono ao Menino Deus, por que nasci???
Só sofri, e faço todos ao meu redor, sofrerem...
Não sei por que não parti?!!!
A amargura é minha sinceridade,
Pois não omito o que sou de verdade.
Transformação sei que preciso ter,
Mas, vejo um mundo mesquinho, doente mais do que eu,
Um mundo cheio de igrejas, mas todas sem o Verdadeiro DEUS.
Sigo assim...
O tempo, traçará marcas em meu rosto,
E, presa no meu casulo, ressurgirei como Fênix.
Sou um botão, ainda aos 45 anos, de rosa a desabrocahar.
Um dia, a vida me sorrirá.
Aos meus familiares, aos colegas de profissão, in memorian Gabriel Castro, Carlos de Jesus Ferreira, Ezequiel Gonçalves, João Gonçalves, José Gonçalves, José Henriques, Antônio Gonçalves, Ester Riveiro, e Rámon.