Desventura de um poeta
Nessa sutra, onde a tarde se inicia,
Visto-me de poesias e carrego minha ironia
Sou filha, sou mãe, estranha, amo e na cama...
Não importa.
A porta abre em meu peito, num desejo único,
Louco, carnal ou não.
Sou assim,deveras, imprópria, marginal.
Sou transcendental desde outrora, no agora, jovem senhora bruxal.
Sou áspera, amarga, doce...
Sou mesmo bipolar, mas que fazer?
A psicologia não consegue interpretar este poder.
A psiquiatria oferece drogas,
A minha é escrever.
Sou poeta, nasci profeta, e rejeitei ao Criador.
Sou alguém em busca de um louco amor.
Sou fugaz, alguns me excluiram por ser sincera,
Meu primeiro namorado, a madrinha do meu anjo Gabriel, e tantos que...
São amargos, e não se conhecem realmente.
Sou como a rosa azul, deixada num planeta qualquer.
Sou desventura na aventura de uma mulher em transformação.
Sou o resumo do épico, do cético, do crente...
Sou ardente em emoção.
Sou alguém que na solidão realiza as premissas da vida.
Sou muito mais eu.
Quem me dera, repintar do mesmo jeito a minha aquarela.
Sou alguém, que vais além de aparências,
E, que busca nas Ciências, revesti aos seres humanos
De mais proteção as coisas criadas por Deus.
Como podemos amá-LO, se desprezamos as outras criaturas?
Nessa desventura, poeta, que debruça na angústia da vida,
Se auto-retrata em poesia.
Sou como bóia-fria,
Ou aquela patricinha.
Sou o fracasso e o sucesso.
E, isso numa frase plagiada, Não tem preço.
Sou alguém que vai além do dia,
É como o senhor da noite, em busca de vítimas.
Sou vampira num mundo que reparto com outros.
Sou louca a ponto de ser você.
Sou sensível, aponto de me arrepender...
Sou assim, que mais queres de mim?!!!
Teka Mendes Castro
Enviado por Teka Mendes Castro em 08/07/2012