Amigo leitor, o saudo com alegria e a sinceridade desses mes dias.
Fatigada do descaso governamental, a douçura dos anos dourados de ser professor, acabaram.
Hoje restou a cicatriz na voz rouca, e na pouca vontade de lecionar.
Combater crianças de pais que nada Educam, combater baixos salários, combater a acústica de uma sala de aula, me levaram a quase um mês ter uma faringite, que some a voz, mas não descansa a mão.
É de coração em que escrevo e desejo mudanças, a voz pode calar-se, mas o coração sempre produzirá sonhos, e estes componho com amor maior, um amor - ágape, que se produz todos os dias ao fazer minhas poesias.
Amo lecionar química, mas combater ipods, lap-tops e celulares em sala de aula já não é mais para mim. São mais de vinte anos lecionando na escola pública, iniciei em abril de 1988, estava ainda cursando o segundo ano de Ciências biológicas na Universidade Ibirapuera.
Hoje em dia é uma quimera lecionar, e os jovens que passaram no último concurso, com idealismos e tantas outras questões, já exuneraram, e eu que já passei por 2 coordenações, uma de Ensino Fundamental II e Ensino Médio, a outra de Ensino Fundamental I, onde aprendi muito com minhas colegas da EE Manoel Borba Gato, grandes alfabetizadoras lá possuia. Hoje em dia, muitas se aposentaram, outras foram para outras escolas, e lá não se tem mais a Classe Especial, com alunos que mais me ensinaram do que pude ensinar.
Hoje o remédio não é reclamar, mas reavaliar o processo educacional, afinal exageramos. Antes as crianças e adolescentes nada podiam, hoje tudo pode, até pegar uma faca para matar a coordenadora, ou entrar numa escola e atirar em todos devido o bulling, que sempre existiu, só que agora os terapeutas tratam como coitadinhos, será que em outra época nós também não sofremos com isso???
Bem desculpe o desabafo, mas este é mais um traço de vida, em que coloco a sensação de ser professor a toda prova.
Que se renova as minhas atitudes e meus dias de outrora juventude.